quarta-feira, 27 de abril de 2011

Não desista dos seus sonhos por causa da dificuldade

Considero de suma importância para o blog tratar dos sonhos. Não aqueles que temos durante o sono, mas os sonhos de realizações que queremos cumprir na vida. Para mim, uma vida sem sonhos não é uma vida, mas apenas uma inércia, ou seja, sem sonhos nós simplesmente sobrevivemos, apenas fazemos as coisas sem muito objetivo.

Se olharmos para as fases anteriores de nossas vidas veremos que sempre tivemos sonhos. Talvez eles tenham nascido conosco, talvez eles sejam o combustível da nossa busca espiritual e da nossa meta de realização, a felicidade. Qualquer pessoa no mundo tem sonhos, até os piores criminosos os tem, mesmo que estejam enterrados no inconsciente. E é por isso que fazem coisas tão terríveis, porque não conseguem vê-los realizados e às vezes nem mesmo tem consciência deles.

Sem sonhos nunca buscamos mais, mas me parece que, com o tempo, estes vão ficando pelo caminho porque a vida nos cobra. A cobrança é tão grande que somos derrubados muitas vezes, e é isso que faz com que os deixemos para trás, pois se não conseguimos atingir pequenas realizações, acabamos pensando que nunca iremos alcançar os nossos sonhos mais grandiosos, já que estes são mais difíceis do que as pequenas metas em que falhamos.

Se abandonamos estes desejos profundos ficamos limitados porque reduzimos nossa existência às coisas fáceis de serem obtidas e que qualquer pessoa normal obtêm. Então nossa vida acaba se resumindo a conseguir um diploma universitário ou um emprego para poder ter algum sustento, depois com isso ser capaz de construir e manter uma família com alguém que encontramos, e por fim colocar filhos no mundo sem saber exatamente o porquê. Logo, vivemos com o objetivo único de simplesmente sobreviver, sem trazer alguma contribuição para o mundo, sem conhecer o universo que vivemos, sem conhecer a nós mesmos, sem ter um objetivo claro para o que fazemos.

Já ouvi algumas pessoas dizerem que entraram na faculdade achando que iriam mudar o mundo, mas que depois viram que isso não era possível. Isso é um sonho, mas quando viram que não tinham a possibilidade de realizá-lo, abandonaram o comportamento e pensamento revolucionário, pois não encontraram força suficiente para mantê-los até a realização da meta. O problema de mudar o mundo é que de acordo com a sua história de vida cada pessoa o enxerga de uma maneira diferente. Isso significa que mesmo que todos vivam na mesma Terra, não vivemos no mesmo mundo. Daí vem a frustração, porque o indivíduo quer mudar um mundo que não é seu, um mundo que é do outro, um mundo no qual ele não vive, e isso é egoísmo, porque quer transformar o mundo do outro no que quer para si mesmo, sendo que aquele não quer.

Não podemos mudar um mundo que não vivemos. Mas você pode mudar o seu próprio mundo. E fazendo isso você automaticamente muda o dos outros, pelo menos um pouco, e essa é a possibilidade que você tem de atuar e transformar a vida deles. Quando você muda as pessoas percebem de alguma forma, e se você mudar para melhor você vai atingi-los de forma positiva. É o que dizia o sábio Confúcio: se não consegue mudar os outros tente ao menos mudar a si mesmo.

Por isso eu alerto para que não desista dos seus sonhos, por mais difíceis que eles pareçam. A humanidade precisa de pessoas assim, pessoas que encorajam as outras para que persigam seus objetivos até o fim, independentemente de quantas vezes falhem até atingi-los. Pessoas brilhantes como Isaac Newton ou Albert Einstein foram brilhantes por isso: foram até o fim, eles “pagaram para ver” o resultado de seus trabalhos árduos e do risco de se frustrar que se dispuseram a correr em busca do desconhecido.

Todas as pessoas tem objetivos em comum, mesmo que deles estejam inconscientes. Querem construir algo incrível, descobrir algo extraordinário, fazer coisas surpreendentes, ter um amor perfeito, ser feliz com suas necessidades emocionais satisfeitas. Não necessariamente todas as pessoas possuem todos estes objetivos, mas tenho certeza que tem pelo menos um deles. Mas infelizmente, desistem após uma, duas ou três derrotas e acabam achando que são sonhos infantis. Infantis com certeza são, porque vem da infância, mas não são imaturos.

Antes de escrever esta postagem eu assisti uma palestra da minha mestra e ela disse uma coisa muito interessante. Ela estava comentando sobre as vezes que se machucou tentando aprender a andar de bicicleta, mas uma hora ela conseguiu. Todos nós ralamos nossos cotovelos e joelhos muitas vezes tentando aprender a andar de bicicleta, mesmo quando ela ainda tinha rodinhas auxiliares. Mas se tivéssemos desistido após a primeira ou segunda queda, nunca teríamos aprendido e não teríamos atingido uma realização que era muito grandiosa para aquela fase da vida. Repare a felicidade de uma criança quando ela consegue pela primeira vez andar sozinha. Tenho certeza que pais e mães sentem uma emoção muito forte e que muitos deles choram quando veem seus filhos conseguindo uma coisa que para os próprios pais é tão simples, mas que para suas crianças é uma realização tão importante.

Não importa o tamanho do objetivo, importa a satisfação de vê-lo realizado. Não importa se andar de bicicleta é um objetivo pequeno para um adulto. Proporcionalmente, isso é tão grande quanto um objetivo de uma pessoa mais velha, porém, é a criança que tem maior satisfação, pois ela realizou, porque perseguiu até o fim, e o fim é quando o objetivo é realizado. Mas nós, os “maduros” e fracos adultos, começamos a ficar “em cima do muro” na adolescência, e quando ficamos mais velhos desistimos no meio do caminho, não alcançando mais a satisfação que com tanta facilidade e freqüência alcançávamos quando éramos “apenas simples” crianças.

Infelizmente desistimos porque pensamos em todos os obstáculos que estão no caminho da realização. Pensamos nas dificuldades que só virão depois que passarmos pela única dificuldade que temos: a do momento presente. Dizendo de outra forma, geralmente pensamos no obstáculo seguinte sem estarmos preparados para enfrentá-lo, quando na verdade, o pré-requisito para poder desafiá-lo é vencer o anterior. Acredito que superar nada mais é do que estar apto a seguir em frente: só podemos transpôr um obstáculo quando estamos preparados para percorrer o caminho até o próximo.

Apenas desista de algo quando perceber que tem um sonho que não é para você. Muitas vezes temos objetivos cuja realização não nos cabe. Desista apenas daquilo que é um engano. Não meça o mundo pela sua própria escala, a escala dos seus erros. Isto é, não pense que algo nunca vai dar certo porque deu errado uma vez, ou que você tenha que mudar de objetivo porque falhou no que queria. Foi só a primeira tentativa, foi só o começo. Você não deveria viver sem saber o que aconteceria se você tentasse com mais força, se fosse mais “teimoso” e persistisse mais vezes.

Não se permita viver com dúvidas...

Não desista dos seus sonhos por causa da dificuldade.

FYM

Jerônimo Martins Marana