quarta-feira, 27 de julho de 2011

Vida, universo e diferença de grandezas

Após um longo período hibernando, devido a todas as preocupações mundanas (faculdade, trabalho, final de semestre) o nosso globs volta à ativa.
            Para iniciar nossa volta posto agora um texto meu que comecei a escrever alguns meses atrás e só agora consegui concluir.

            VIDA, UNIVERSO E DIFERENÇA DE GRANDEZAS

Às vezes me pego viajando em meus pensamentos e fico surpreso até onde eles podem me levar quando não os impomos limites. Vamos do Brasil ao Japão e depois para Júpiter em questão de segundos. Somos surpreendidos constantemente por milhares de pensamentos que vem e vão sem parar e nos dão a sensação de uma grandeza sem tamanho. Ao mesmo tempo, uma sensação de aprisionamento, de ausência de liberdade nos acompanha o tempo todo e só nos damos conta quando reparamos nessa sensação. Por que estou falando sobre isso? Na verdade estou escrevendo este post porque fiquei intrigado com o conflito existente dentro da gente, esse vai e vem de sensações, um paradoxo de grandezas que coexistem dentro de cada indivíduo. Pensando nisso, vou tentar passar minha interpretação sobre o porquê e o para quê disso.

Quantas vezes paramos para pensar e nos achamos tão importantes que nos sentimos enormes, como se fôssemos os seres mais importantes do universo? Não sei bem o porquê desse pensamento, talvez seja um sentimento de grandeza porque achamos que sabemos demais, ou parece que nossa mente é tão ilimitada que seu alcance é infinito. Em outros momentos nos achamos tão insignificantes que nos sentimos minúsculos como se fôssemos microorganismos se comparados à imensidão do mundo que nos cerca. Nosso conhecimento parece tão limitado que parecemos bebês ao lado de um velho ancião de mil anos de idade.

Abstraindo um pouco o pensamento chego a uma questão mais profunda: O que é ser grande? Ou o que é ser pequeno? A física talvez responderia que é uma questão de referencial. Penso que para nós seres humanos essa afirmação se aplica de forma peculiar. Se pensarmos no nosso aspecto físico, material, somos uma matéria no espaço, uma partícula se comparado ao mundo, ou um gigante se comparado a uma formiga. Se pensarmos em nossa mente fica mais difícil encontrar um referencial, pois a mente possui um alcance imaterial, mas talvez ainda possível de medição, através daquilo que sabemos e de até onde ela pode chegar. Mas despindo-se dessa estrutura material e delimitada que é o corpo e desvencilhando-se da limitação de nossas mentes devido às suas inexoráveis ligações com o físico, livramo-nos do HUMANO e somos apenas SER, a essência, aquilo que está por trás do corpo e da mente. É aí que as leis e postulados físicos se perdem. Somos infinitamente grandes, mas ao mesmo tempo incrivelmente pequenos, somos o tudo e ao mesmo tempo o nada. O referencial não existe mais nesse plano.

Acredito que nossa existência nesse mundo físico seja permeada por significados, dicas, lições que se espalham ao nosso redor, visíveis ou ocultas, mas que indicam o que realmente somos, qual o sentido de estarmos aqui, dentre outras dessas questões tão misteriosas ao ser humano. Buscando uma interpretação para o porquê desses sentimentos tão paradoxais, cheguei a algumas conclusões das quais quero compartilhar aqui.

Acredito que esse paradoxo seja uma forma de compreendermos a nossa real natureza, a que está aprisionada dentro desse corpo físico. Vivendo em um corpo tão limitado pelas regras materiais podemos aprender a lidar com conceitos imateriais de forma gradual. Aprendemos que a terra não é chata e sim redonda. Aprendemos que o universo não gira ao nosso redor e nosso mundo gira ao redor do sol. Posteriormente aprendemos que nem o sol é o centro do universo. Estamos aprendendo que o universo que abriga o planeta em que vivemos e um número incontável de astros pode ser apenas um de uma rede enorme de universos entrelaçados*. Estamos aprendendo que a vida não é um privilégio do planeta Terra, mas que ela está em todo lugar. Se pensarmos no aspecto geral dessa evolução do conhecimento é possível encontrar uma sabedoria imaterial que só adquirimos quando a tornamos consciente. Lidar com grandezas inimagináveis só é possível quando o inimaginável se torna palpável, através de imagens, ou mesmo explicações matemáticas. Dessa forma, pensar no paradoxo de grandezas nos faz compreender que nada é tão pequeno que deva ser desprezado, ou é tão grande que deva ser o único. Se você compreender esse paradoxo, deixará de sentir a arrogância e prepotência de superioridade sobre outras espécies ou sobre diferenças entre a própria espécie. Também deixará de se humilhar diante daquilo que é considerado acima de você, ou daqueles que se julgam superiores. Com ele entendemos que é importante se preocupar com os pequenos detalhes, mas que não devemos nos prender a eles, pois as possibilidades que os determinam são imensas. Deixará de se diminuir diante do que não compreendemos. Entendo que o conflito entre grandezas seja parte de nossa natureza mundana que se preocupa em nos ensinar o caminho para a nossa essência. Compreender esse conflito faz parte do aprendizado na nossa passagem por esse planeta.

A intenção desse post, na verdade, é incitar a reflexão sobre sentimentos que possuímos e não sabemos quais seus motivo. Somos seres humanos por um motivo e não simplesmente para sobreviver sem nenhum objetivo, sem nenhuma perspectiva. Como disse anteriormente, as dicas estão em toda parte, mas não prestamos atenção a elas. Entender fenômenos como as diferentes grandezas que nos constitui permite que nos aproximemos de quem realmente somos. Resolvi escrever sobre as diferenças de grandezas porque estamos submersos em um oceano de preocupações que não nos levam a lugar algum. Existe uma imensidão de descobertas, aprendizados, experiências e um infinito desconhecido a ser explorado e a única coisa com a qual nos preocupamos é no quanto devemos trabalhar hoje para possuir isso ou aquilo amanhã. É claro que é fundamental nos preocuparmos com as pequenas coisas que nos mantém vivos, mas nos esquecemos que ainda mais importante é aprender sobre nós mesmos e sobre o infinito que está diante dos nossos olhos.

Para finalizar, deixarei o link de um vídeo que nos transmite uma idéia do tamanho do universo quando comparado ao nosso mundo: 


FYM

Alexandre Hernandes

* Se quiserem conhecer um pouco da teoria que versa sobre os múltiplos universos pesquise “multiverso”, “teoria M”, ou “teoria das cordas”, ou assistam um documentário de cinco partes da BBC que explica de maneira acessível aos leigos sobre essa teoria no link - http://www.youtube.com/watch?playnext=1&index=0&feature=PlayList&v=jDBCUIIkHYM&list=PL254CD5B08699547F